Refinaria de Volta? Petrobras Faz a Conta e Põe a Mão na Massa!
Petrobras considera retornar ao controle da refinaria de Mataripe, uma decisão que pode influenciar seus dividendos e reforçar sua posição no setor de refino.
Vitor Mathias, CFP
7/19/20242 min ler
A Possível Recompra da Refinaria de Mataripe pela Petrobras
Introdução
A Petrobras, uma das maiores empresas do Brasil, está considerando a recompra da refinaria de Mataripe, na Bahia, um movimento que pode ter implicações significativas para o futuro da empresa e seus acionistas. Esse possível retorno ao controle de um ativo estratégico levanta questões sobre o impacto nos dividendos extraordinários e o ambiente regulatório envolvido.
Contexto Histórico
Venda Original: Em 2021, durante o governo Bolsonaro, a refinaria de Mataripe foi vendida para a Acelen, controlada pelo fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão.
Valor Atual: Atualmente, o valor estimado da refinaria gira entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhões, sem incluir investimentos em projetos de biodiesel, segundo o Bradesco BBI.
Aspectos Regulatórios
Um dos principais desafios para a recompra é a obtenção de permissão regulatória. A Petrobras deve conseguir aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para reaquisição do controle acionário da refinaria, devido ao acordo existente para reduzir o monopólio da empresa no setor.
Implicações para os Dividendos
O Goldman Sachs destaca que a recompra da refinaria pode limitar a capacidade da Petrobras de distribuir dividendos extraordinários. Isso se deve à necessidade de alocar recursos significativos para a aquisição e potenciais investimentos adicionais, estimados em até US$ 11 bilhões para fusões e aquisições no ciclo 2024-2028.
Estratégia Corporativa
Parcerias e Expansão: Em março, a Petrobras iniciou discussões sobre parcerias para aquisição de participação na refinaria e desenvolvimento de uma biorrefinaria integrada.
Preocupações Governamentais: A recompra pode gerar preocupações sobre uma nova intervenção governamental na Petrobras, especialmente à luz das críticas do atual governo federal às vendas de ativos realizadas anteriormente.
Riscos e Considerações
Apesar das oportunidades, é crucial estar atento aos riscos envolvidos. A recompra da refinaria pode não apenas diminuir os dividendos extraordinários, mas também abrir espaço para novas estratégias de aquisição de ativos semelhantes, influenciando a alocação de recursos e a política de dividendos da empresa.
Conclusão
A possível recompra da refinaria de Mataripe pela Petrobras é um movimento estratégico que pode redefinir o futuro da empresa no setor de refino. Embora existam desafios regulatórios e impactos potenciais nos dividendos, a retomada deste ativo estratégico pode fortalecer a posição da Petrobras no mercado de energia e abrir novas oportunidades de crescimento.