Petrobras Avalia Oferta Estratégica pelo Projeto Mopane da Galp

Descubra por que a Petrobras está interessada no projeto Mopane e o que isso significa para seus investimentos futuros.

Vitor Mathias, CFP

7/29/20242 min ler

A Nova Investida da Petrobras na África: Uma Análise do Projeto Mopane

Recentemente, a Petrobras (PBR) manifestou interesse em expandir sua atuação no continente africano. Segundo informações da Reuters, Sylvia dos Anjos, oficial de E&P da PBR, mencionou uma oferta não vinculativa para o prospecto Mopane da Galp na Namíbia. Embora a PBR ainda não tenha confirmado oficialmente a oferta, rumores indicam que a companhia está realmente considerando essa nova empreitada. A Galp, por sua vez, estaria disposta a vender 40% do campo, reduzindo sua participação atual de 80%.

Avaliação do Potencial do Mopane

A Galp recentemente perfurou dois poços exploratórios em Mopane, onde foram descobertas colunas de óleo leve com reservatórios de alta pressão. Estima-se que o volume de petróleo in place (VOIP) seja de pelo menos 10 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

Fazendo uma análise preliminar, com um fator de recuperação de 25% e um múltiplo de entrada de US$4,0 EV/boe (1P), uma participação de 40% no campo Mopane poderia custar aproximadamente US$4 bilhões. Considerando que a PBR atualmente negocia a US$14/1P, essa simples estimativa sugere uma significativa oportunidade de criação de valor para a companhia.

Prós e Contras da Investida

As reservas 1P da PBR somam 10,9 boe, com um índice de vida útil de 12 anos. Dessa forma, a empresa tem motivos sólidos para continuar buscando novas oportunidades de crescimento. Contudo, existem alvos em regiões onde a expertise da PBR é indubitavelmente maior, como na margem equatorial do Brasil e na bacia de Pelotas.

O histórico fraco da PBR em operações internacionais, combinado com preocupações sobre a alocação de capital, pode gerar apreensão entre os investidores. A cautela é recomendada até que a PBR forneça mais detalhes sobre seus objetivos no prospecto Mopane. Vale destacar que o interesse de gigantes como Exxon e Shell pelo Mopane pode oferecer alguma segurança sobre o potencial do ativo.

Mantendo a PBR como Aposta de Compra

O BTG Pactual continua otimista em relação à PBR, prevendo um dividend yield (DY) de 15% nos próximos 12 meses e 11% de forma recorrente posteriormente, totalizando 26% em 24 meses. Esse rendimento parece atraente, especialmente considerando que as previsões de capex são conservadoras e os prognósticos de produção também.

No entanto, os riscos associados a grandes fusões e aquisições têm aumentado nas últimas semanas, não só devido ao prospecto Mopane, mas também à potencial recompra das refinarias Mataripe e Reman. Embora o modelo do BTG já inclua US$2 bilhões em M&As, a conclusão dessas transações pode reduzir o "colchão de risco" das previsões de payout, fazendo com que os investidores exijam um prêmio de risco maior para manter ações da PBR.

Recentemente, o BTG tem favorecido a PBR em relação a outras ações de sua cobertura, mas começa a considerar a PRIO como uma história mais atraente a curto prazo, devido a gatilhos de crescimento mais fortes.

Essa análise detalha os pontos principais sobre a potencial oferta da PBR pelo projeto Mopane da Galp e suas implicações para os investidores, com os créditos devidos ao BTG Pactual pela avaliação criteriosa e insights fornecidos.